Um dos maiores desafios do homem é sem dúvida a morte e ver o seu fim chegar assim como a forma como tudo isso irá acontecer. Para quem perde alguém querido, fica a tristeza da perda, fica a incompreensão do tempo e do espaço onde tudo ocorre, da forma e acima de tudo do porquê. Sentimos que nunca estamos preparados. É sempre uma surpresa, para os que ficam e por vezes também para os que vão. Porque será que é assim? Porque será que a cultura em que vivemos não nos ensina e nos prepara para uma boa morte e para a consciência quando esse momento se aproxima? Não damos importância mas a sua importância é extrema. Não queremos saber, mas quando perdemos a companhia dos nossos mais queridos, ficamos em choque e, quem sabe, não mais conseguimos ultrapassar para o resto das nossas vidas. Assistimos a mortes todos os dias mas pensamos que essa realidade está fora de nós e que somos imortais. A morte tornou-se um mito da qual ninguém fala. Assim como o nosso nascimento, morte é um processo natural. Talvez não falemos acerca da morte porque se o fizermos iremo-nos aperceber da nossa pequenez perante um universo tão grandioso que irá continuar no seu ritmo incessante de vida e de morte, mesmo sem nós.
A morte não é o fim da consciência. Quando morremos, a nossa consciência continua a sua existência na mesma vibração em que se encontrava. Quer isto dizer que não passamos a nenhum estado iluminado, que apenas mudamos a nossa forma em que vibramos no universo, e o estado de evolução em que deixámos o nosso corpo continuará a sua existência noutras dimensões juntamente com outras consciências iguais à sua. Imagine-se a entrar dentro de um elevador e a escolher o andar para o qual quer subir. A escolha do andar é o nível evolutivo que a sua consciência tem. Quando carrega no botão, o elevador leva-o exactamente para o andar que escolheu, nem mais acima nem mais abaixo. Assim acontece com a morte. Não temos nenhum upgrade nem vamos para dimensões que não nos são familiares.
Mas nem sempre temos tempo de carregar no botão e escolher o andar. Por vezes a separação deste mundo acontece repentinamente e a passagem para a nova dimensão demora mais tempo do que devia. São exemplos disto qualquer tipo de morte repentina, em que a alma se separa do corpo mas permanece na percepção de que ainda se encontra com o mesmo, na sua rotina de vida habitual. Ninguém sabe ao certo porque isto acontece mas muitos são os relatos de que é assim. É vital que quando nos apercebemos que algo desta natureza poderá estar a acontecer com alguém que nós conhecemos, que rezemos por essa pessoa e ajudemos a caminhar para a luz. Dizem os mais sábios que devemos ter momentos nas nossas vidas em que lemos livros espirituais para os mortos, para assim ajudarmos essas almas que ainda se encontram em transição e não o conseguem fazer sózinhas. Pelo que sabemos, são muitas as que se encontram neste estado e nós temos o poder de as ajudarmos genuinamente nessa transição.
Outro facto relativo à morte é que a morte representa a passagem para outra vida e que não podemos passar para outra vida sem morrermos primeiro. É no momento do nosso nascimento que tomamos consciência que existimos, e é também nesse preciso momento que passamos a ter medo de morrer. Uma coisa vem com a outra. Um dos processos que faço com os meus clientes é precisamente ajudar a libertar do medo da morte, medo esse que surge quando nascemos, e que se não é atendido devidamente, poderá determinar a qualidade da morte dessa pessoa assim como causar pequenas experiências de morte ao longo da sua vida na forma de doenças repentinas, acidentes inesperados, quedas, e qualquer tipo de situações emocionalmente chocantes e marcantes para si e para os que a rodeiam.
Tomemos assim nas nossas mãos, com humildade, a vida que nos foi dada. Agradeçamos todos os dias a vida bela que temos e esta breve passagem por este fantástico planeta. E reconheçamos e abracemos a nossa mortalidade e a impotência de decidir o momento em que partiremos.
É nos momentos de decisão e de transição que este medo vai surgindo ao longo da vida, impedindo o nosso caminho para uma vida mais completa e mais saudável.
A Respiração Consciente e o Renascimento ajuda a ultrapassar este medo e a abraçar a vida com mais força, garra e acima de tudo com mais propósito.
